She's Pretty

She's pretty

ELA, O PRÓPRIO DEMÔNIO

Ela, o próprio demônio, me provocava e eu ficava calado pois pensava que não era intencional pois eu senti algo nas minhas veias que não era a cocaína que havia inalado minutos antes de conhecê-la. Era algo no lugar que bombeia sangue, eu acho, se não for lá era no pulmão, o que parece mais provável pois eu tinha fumado dois cigarros um atrás do outro. Ela tinha os cabelos loiros e lábios vermelhos fazendo contraste com sua pele pálida. Sorriu, me beijou no rosto e se apresentou. Eu imediatamente tentei ignorar sua beleza pois era namorada de meu primo e eu não podia pensar nisso a nenhum momento, mesmo que meu primo me conta-se as coisas que vivia com ela, mesmo todas as vezes que ele afirmava que a amava ou que ela era linda e também era necessário que eu o apoiasse por quando ele queria malhar o judas após ter terminado com a mesma. Eu nunca pensei em mim quando o assunto era seu universo, eu sempre vivi e orbitei como um planeta gira em torno do sol. Todas as experiências, todas as pessoas e boa parte do mundo que conheço hoje foi por causa dele e é como um dever ser fiel como se ele fosse um deus.

Está perto dela era como viver no jardim do éden de frente para o fruto proibido, creio eu que Eva não mordeu uma maçã e sim uma cereja pois os lábios dela era vermelhos como cerejas japonesa.

Eu soube por terceiros que ela desejava causar o mal em mais alguém, ouvi dizer que tinha um menino correndo atrás dela pois provou do veneno que saia de sua boca e agora não consegue mais parar de pensar nela e ela está de olho em uma nova vítima, eu achava que era tudo invenção do meu primo pois ela era minha amiga e estávamos andando para todos os lados e nada havia acontecido até agora mas em uma noite de curtição com todos bêbados o anjo mostrou seus chifres pois do outro lado do bando ela me provocava algo que eu não tinha ideia do que seria. Eu não havia experimentado essa sensação de perigo antes, era um pouco novo pra mim

- Você me beijaria?

- Sim, eu já queria isso mas estava esperando você se tocar do óbvio. Disse ela mordendo os lábios

- Será que devemos?

- Por que não?

- Acho que seria errado ou traição da nossa parte

- Eu não vejo assim, já não tenho nada com seu primo então não tenho nada a temer e se tivesse continuaria sem ter o que temer.

E aquilo foi suficiente para que eu não pensasse mais da mesma forma pois foi como tirar o pino de uma bomba, como apertar o gatilho de uma arma. Depois de suas palavras e de uma mordida no lábio tudo que eu fiz foi pegá-la pela cintura e editá-la no gramado e com as mãos no seu pescoço parei próximo a sua boca e senti sua respiração que era bem ofegante e frenética como se tivesse corrido uma maratona em menos de um segundo, eu já sabia o porque, nós estávamos testando o perigo e eu prestes a brincar com as chamas do inferno pois já sabia que se tocasse sua boca além de viver com a culpa e adrenalina da traição viveria com os sentimentos criados e compartilhando desde o momento que há via porém agora eu estava dando uma brecha para que eles realmente se mostrassem.

Inesperadamente ela passou a mão em minha nuca e me puxou para dentro de si… Ela me sugou e eu vi as estrelas do céu da sua boca enquanto corria com as mãos por todo seu corpo até ser chutado no infinito e flutuar por sua língua goela a baixo sentindo meu corpo vibrar da cabeça aos pés. Eu acho que abri os olhos e juro que vi seus cabelos loiros como ouro me envolvendo e se tornando tudo que eu podia ver além da sua silhueta nua se tornar escura e longínqua no horizonte.Minha nuca formigava e eu sentia o que desciam por minhas costas e depois puxava meu braço para traz me virando e me deparando com sua mãos arrancando meu coração e apertando até que eles explodia-se em vários pedaços sangrentos. Eu levantei o rosto para buscar sua expressão e ao levantar seus lábios me sugaram de volta para dentro de sua boca me trazendo de volta ao que era real de fato.

Naquele momento eu percebi que tinha me fodido, eu deveria andar mais preocupado com meus sentimentos a fim de não me entregar assim as pessoas pois o próximo passo seria ver elas me esmagar e me quebrar com um belo sorriso nos olhos.

demonios

cuidado pois seus demonios podem afogar você, cuidado as pessoas podem atiça-los.

Saudades

Eu sinto falta das nossas tardes.

De arrumar tudo para esperar você

De limpar a casa e a alma.

De como você me fazia feliz no nosso tempo contado.

Eu sinto falta de poder te ligar e dizer, to com saudade vem me ver.

Sinto falta de ouvir suas gargalhadas.

Sinto falta de me deitar na cama com você.

Sinto falta de tudo.

Mas principalmente,

da pessoa que

eu achava que você era.

A perda do meu eu.

Sinto saudades de mim, sinto saudades de quando eu era mais criativo e escrevia mais, pintava mais e fotografava o mundo. sinto falta daquela visão artística e especial por cada detalhe, mesmo nos momentos em que eu achava que a vida era uma merda, eu podia tirar algo produtivo disso mas hoje eu sou só uma existência no meio do cotidiano e não há mais criatividade e ânimo para nada como se eu estivesse perdendo minha identidade e me perdendo aos poucos em um limbo obscuro ou totalmente branco, não há criatividade suficiente na minha mente para explicar tal estado o que pode vir a me deixar alienado alimentando a minha perda de sentido na vida.

Estou frustrado por não conseguir mais tudo aquilo que me deixava feliz por ser criativo e por não ser mais como uma criança no país das maravilhas. Agora é como se eu tivesse me perdido encima de algum lugar ou na casa de alguém onde não lembro mais quem eu sou...