Smoky Little Secrets - Tumblr Posts

8 years ago

Ocean sacudia um telescópio compacto com força, tentando soltar seus pequenos componentes e esticá-lo em toda sua envergadura. Dava para sentir cada grão de areia dificultado o processo, arranhando o metal e fazendo os dentes do tritão rangerem em protesto. Uma peça tão linda, tão antiga, não aguentando os efeitos do tempo passado na água salgada e intocada do fundo do oceano. Equilibrou uma pasta embaixo do braço, segurou cada ponta com os dentes e puxou. Puxou. O telescópio se esticando com um suspiro arenoso e aliviado, e mais areia escorrendo dos muitos buracos corroídos por pequenos moluscos.

Quando levantou a cabeça para olhar o caminho, quase deu uma cambalhota vergonhosa no muro baixo, se contorcendo no último segundo e tropeçando para dentro do jardim. --- Alguém devia colocar um aviso nisso. --- Ou precisava ser mais atencioso, cuidadoso, e não juntar mais manchinhas roxas nas canelas e coxas com todos os esbarrões diários e oportunos. Ocean continuou a limpar o telescópio, terminando quando se satisfez da facilidade de abrir e fechar. Uma olhadinha singela, só para ver se funcionava. O olhar foi para a clássica lua no topo do céu, para as pedras componentes do piso e as folhinhas de grama. Para um buraco sendo aberto no meio da beleza quase etérea.

Ei! O que você está fazendo? --- O jardim era seu sexto lugar favorito. Quer dizer, sétimo. Se aproximou a passos rápidos e hesitantes, parando bem ao lado do aluno e se inclinando para baixo, encostando um joelho em terra. --- Por que você está destruindo o jardim? Não sabe das regras da escola? --- Enfiou a mão lá dentro, limpou a terra por cima do saco plástico e o puxou para fora, pousando entre os dois. Ocean não ia abrir aquilo, não precisava, porque conhecia a utilidade daquele tipo de material. E odiava quando via um desses boiando nas águas perto da costa. --- Sabe, tem vários pontos de coleta de lixo lá dentro e nenhum tem preconceito com o que vão encontrar aí dentro.

Mas a curiosidade era demais para o descendente de Tritão, ainda mais de um com a veia exploradora e distraída como a dele. Pressionou os dedos com um pouco mais de força, sentindo o que tinha guardado, e discretamente fazendo a água salgada abrir um furo no plástico. --- Se você me dizer o que tem aí dentro e tapar esse buraco, eu deixo você ir sem muito problema. O que é? Uma experiência mal feita? Um presente de família? Um... quê? --- Seus dedos tocaram em algo estranho e que não soube identificar, nem quando esfregou os dedos juntos.

Ocean Sacudia Um Telescpio Compacto Com Fora, Tentando Soltar Seus Pequenos Componentes E Estic-lo Em

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@waterheir

Daniel sabia que não havia necessidade para tanto alarde, mas não pode evitar não ficar alarmado quando o auto falante do dormitório soou avisando que os diretores em pessoa passariam pelos dormitórios no dia seguinte. Segundo a mulher, que por acaso soava de forma muito artificial, o principal objetivo da visitação era ver se os estudantes estavam se adaptando bem à rotina e às aulas. “Tudo isso para garantirmos uma melhor experiência estudantil para você, aluno!” Pronunciou a mulher em uma falsa entonação de animação. 

Daniel entendia o propósito, mas o medo de descobrirem alguma coisa proibida no seu quarto era grande. Ele escondia todo o seu material dentro de uma caixa de sapatos embaixo da cama, em um lugar que sabia que ninguém checaria naturalmente, mas e se aquilo fosse uma revista surpresa. Só para garantir que alunos como ele não fizesse coisas como as que ele fazia. Sem pensar duas vezes, pegou tudo, embalando em um saco plástico preto transparente que tinha colocado para servir de lixo, mas ainda permanecia vazio, e jogou ao lado de sua porta. Enterrarei em algum lugar, nos jardins, talvez, pensava enquanto apressava-se a pegar o casado. Era noite e a grande maioria dos aluno já estariam dentro dos próprios quartos por causa da hora. Essas duas semanas na academia já o haviam ensinado isso. Poucos eram os que se aventuravam a altas horas. Essa era sua melhor oportunidade.

[…]

Estava cavando o mais rápido que podia. As unhas já estavam sujas e as mãos ardendo um pouco por causa das pequenas pedrinhas que arranhavam sua pele enquanto retirava mais e mais areia. Chegou a uma profundidade que achou que estava bom o suficiente e jogou o saco dentro, respirando fundo e apressando-se para recolocar toda a terra que havia tirado. Tinha escolhido um ponto estratégico, perto de uma árvore que, na primeira semana, tinha cravado suas iniciais. “Agora sim estou aqui oficialmente” pensara naquele momento. Mal imaginava que aquela marcação seria de grande ajuda mais para frente.

Bem quando estava colocando a areia por cima do saco preto, ouviu o som de passos e sentiu o coração acelerar na mesma hora. Estava muito perto e por um momento considerou se não poderia ser apenas um animal que estivesse passando pelas redondezas naquele momento. Sua esperança foi destruída quando ouviu uma voz atrás dele.

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8 years ago

fuckoff-dan:

A primeira coisa que sentiu ao ver o professor atrás dele foi o coração acelerar. Não de uma forma natural, quase imperceptível. Parecia mais que ele sairia pela boca a qualquer momento. Que porra de sorte é essa que eu tenho. Tantas pessoas nesse instituto e me vem logo um professor. Daniel engoliu em seco enquanto o cérebro trabalhava em buscar desculpas lógicas para o que o outro tinha flagrado. Nada bom vinha a sua cabeça, então apenas conseguiu ficar travado enquanto o via meter a mão para pegar o que ele tentava esconder. Como pude ser tão imbecil e não prestar atenção se alguém estava vindo? — Eu… eu… — Mas sua voz falhava.

Sua atenção corria do saco escuro que o docente tinha nas mãos para o próprio docente. Permaneceu assim por alguns momentos até que aceitou que não tinha como fugir daquilo. — Porque não abre você mesmo? Então poderá decidir o que fazer… — Daniel que, durante todo aquele momento estivera ajoelhado para permitir um melhor alcance da terra, sentou-se no chão, não se importando se iria sujar sua calça e arrancou um pedaço de uma folha que tinha na grama. Começou a despedaçá-la, não se importando muito com o que lhe fora falado antes acerca de destruir o jardim.

Direcionou os olhos para o professor, dando sua total atenção pela primeira vez desde que ele chegou lá. Tinha os cabelos loiros puxados para um tom mais escuro, os olhos claros e a pele branca. Se a situação não fosse essa, provavelmente repararia que ele era bonito, no entanto sua mente estava muito longe do lugar que estava aquele pensamento. Dan queria falar alguma coisa, talvez alguma desculpa, ou algo que o convencesse. Mas nada vinha à sua mente. Qualquer tipo de resposta iria depender exclusivamente da reação do professor. E essa poderia ser a mais inesperada possível.

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Ocean não precisava mais de grandes incentivos para subir as pernas da calça de alfaiataria e se entregar na tarefa misteriosa e borbulhante. Os joelhos encostaram na terra revolta, sentiu a umidade atravessando o tecido, e logo ativou o poder para que não entrasse em contato da pele reativa. Se o aluno ainda estivesse a falar receberia um pedido de perdão tímido do tritão perdido em se afundar mais naquele mistério de composição seca e quebradiça.

A luz parca era suficiente para notar alguma peculiaridades, tanto que os olhos foram do conteúdo para os do outro, assim como tinha presenciado no analisar silencioso e amedrontado do aluno. --- Parecem... plantas. Folhas. Algo assim. --- E tinha dúvida carregada em seu semblante, joelhos se arrastando para mais perto e mostrando aquelas coisinhas poeirentas manchando seus dedos. --- Você quer plantar alguma coisa? Por que colocou num plástico? Elas não crescem dentro de uma coisa assim. --- Ocean conhecia as drogas, na teoria distante de uma conversa com os amigos, mas não tinha feito a associação naquele momento. Não quando a seda que envolvia estava em frangalhos nas mãos curiosas.

Hesitante, levou os dedos ao nariz, subindo alguns centímetros antes de mergulhar de cabeça. O pó das folhas esfregadas bem próximo, e entrando pelo nariz, e irritando por onde passava, e quase.. Quer dizer... Ocean virou o rosto a tempo, o espirro forte saído bem longe do outro -- educação em primeiro lugar sempre! --- Não é venenoso, é? --- A parte inconsciente do seu cérebro dizia que não, rindo baixinho do seu papel de bobo, e incitando a ver o resto do pacote. 

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Puxou de dentro dois cilindros bem enrolados e pesou nas mãos, deixando-os rolar pelas palmas como se fossem revelar algum segredo.

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8 years ago

fuckoff-dan:

A surpresa no olhar de Daniel não conseguiria ser disfarçada nem se ele tentasse. Ao ver que o professor não havia entendido o que tinha encontrado dentro do saco, parte de sua mente suspirou aliviada com a possibilidade de poder fugir daquilo sem grandes problemas. A única coisa que ele precisava era de uma boa saída, coisa que ainda assim, seria meio complicada. O que diabos vou falar para disfarçar as plantas que ele encontrou? Mas a resposta veio logo a sua mente quando as próprias palavras do docente surgiram a seu favor.

❝Exatamente. Foi uma técnica nova que aprendi em uma aula para… ahn.. fazer plantas crescerem em meios adversos. Sabe, para testar a dificuldade que elas tem para nascer e coisas do tipo. É só isso: um experimento mesmo.❞ As palavras vieram ininterruptas e não planejadas. Não se dera conta exatamente sobre o que estava falando até ele próprio se ouvir. Nãos sabia se o outro cairia naquela, mas era o melhor que conseguiria fazer por hora. Já sentia o coração meio acelerado e a respiração entrecortada. Droga, pensou ele. Por vezes se arrependia de levar um vida daquelas. Quer dizer, muitas das vezes. Por que continuava, então? ❝Não, não é venenoso. Isso é… hum… é…❞  Falou quando viu o docente levantar os dois becks com a mão. Estalou os dedos na tentativa lembrar algo para dizer. Nada vinha a mente no momento. Cara, eu estou muito fodido.

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E ele estava bastante convencido de que era isso, exatamente como o aluno explicava rápida e atrapalhadamente. Oferecer a novos espécimens de plantas situações que podiam ser encontradas no futuro, dificultar o crescimento para ganhar a preferência em estudos posteriores. Ocean via isso nas grandes expedições mar adentro, tritões escolhidos a dedos para explorarem e erradicarem as áreas ainda afetadas pelo negro poder das antigas malvadezas do mar. Um escolhido, um adaptável, para uma situação que podia chegar às vias de vida ou morte. --- E você não quer que ninguém veja? Pra plantar aqui e não nos locais certos para cultivo? --- Você não vai navegar em terra quando tinha o mar como ideal, assim como não violaria a beleza de um jardim quando tinha uma área exclusiva para a botânica experimental.

Se não fosse pela luz parca, pela incerteza e curiosidade, talvez Ocean tivesse sabido bem antes de se deixar levar até aquele ponto. Segurando duas coisas que a memória arranhava para trazer uma semelhante, já vista. A hesitação ajudou, e como ajudou, complementando o olhar que não passava nem na mais distraída atenção do professor de Estudos Náuticos. --- Isso é um... --- O ajudou, repetindo, e ergueu uma sobrancelha em expectativa. Os lábios encrespando suavemente ao mesmo tempo que a sensação de ter sido enganado se tornava mais presente. Ainda queria saber sobre tudo, ainda tinha a falha de deixar passar por aquele mínimo segredo. Contudo, dependendo do aluno, não hesitaria em levar ambos para um ambiente bem menos informal. --- Se você sabe que não é venenoso, deve saber exatamente o que é. E não, não é um experimento de botânica. --- Comentou em tom de vitória, desvendando aquela parte da charada, esquecendo que devia ficar bravo pelo erro do discente.

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8 years ago

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Daniel estava começando a se cansar das mentiras que estava contando. Por mais que se sentisse nervoso em ser pego pelo professor — por que não um aluno? — estava começando a sentir vontade de ligar o foda-se e receber a punição que ele quisesse. Não tinha certeza que toda aquela batalha para fugir valia realmente a pena.❝Só achei que seria um bom lugar. Por que? É proibido?❞ Perguntou, já sabendo que estavam-lhe escapando todas as desculpas. Já não conseguia pensar em mais nada convincente para dizer. Não que tivesse pensado alguma coisa desde a chegada do docente. Então foi nesse momento que ele levou as plantas para junto das narinas que Dan pensou: Agora sim, era uma vez.

Mas a reação não foi nem um pouco o que ele esperava. Esperava ver uma revolta súbita e o surgimento de palavras que determinação sérias punições por portar aquilo no território da escola. Esperava ao menos um olhar que denunciasse uma contrariedade à situação. Mas não, o olhar que recebera foi… intrigante.❝Não… não é❞ Falou pausadamente, enquanto a expressão demonstrava a reflexão interior. Será que isso não o chocava tanto assim? Daniel sentiu que precisava tirar vantagem disso de alguma forma, mas não fazia ideia do que passava pela cabeça dele.❝E suponho que você, hum, também saiba o que é…❞ Daniel tentava explorar mais o que via em sua face, precisava descobrir o que passava na cabeça dele. Era a única forma de saber como conduzir aquela situação o menos prejudicado possível.❝certo?❞

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Ocean meneou a cabeça para o lado e fez o olhar cruzar pelo jardim, cada bela planta milimetricamente podada e cultivado para a perfeição. Estavam num ambiente de serenidade, de orgulho para sua colega de profissão e o aluno parecia não entender a seriedade do lugar. --- Você está machucando essas plantas. Não percebe que tudo aqui foi planejado e bem cuidado? --- A expressão ficou triste, meio decepcionado com o descaso do outro pelo lugar que estavam. Era o mesmo que quebrar os corais do fundo do mar, cada um peça fundamental na funcionalidade e beleza do castelo da família herdeira de Atlântica. Ocean respirou mais tranquilo, ainda podia continuar na sua escalada e preparação para o torno do reino marítimo. --- Eu sei... --- E sabia. Algo que não podia ser visto pelos demais, algo que o aluno ficava nervoso em v~e-lo pegando e algo que era planta mas não para plantar. Seu nervosismo sumia, mas a pungência de presenciá-lo ainda era gritante. A mão com os dois rolinhos foi estendida para o outro, devolvendo o que não o pertencia e nem queria ter o poder de tomar de sua posse sem saber o que era. --- Eu já vi em algum lugar, no meu tempo de aluno, mas não sei bem o que é. Tome, pode ficar, não queria te matar do coração. --- Um meio sorriso de lado de quem pede desculpas, uma boa finalização para cada um seguir pelo seu caminho, mas... --- Eu não vou te punir, se é isso que tem medo, mesmo depois de me explicar o que é. E o que você faz com isso. Prometo. --- Palavra de Armis, teria dito, mas não ousou. Não misturaria sua curiosidade com os preceitos e significados que a casa querida carregava a anos.

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8 years ago

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Daniel deixou o olhar correr pelo ambiente do jardim, entendendo ao que ele se referia. A impressão que ele tinha era que cada canto dele castelo tinha sido pensado e repensado antes de ser construído. Os jardins não ficariam de fora.❝Eh… foi mal.❞ Não queria passar uma imagem de respondão. Não para um professor. Não naquele momento. Por um instante, entretanto, quase chegou a sentir pena do docente que estava a sua frente. Ele parecia… triste. Mas são apenas plantas, pensou Daniel, considerando ele ele tinha, em sua história algum familiar que o fazia ser algum tipo de amante supremo da natureza. Ele não tinha tanta certeza. Mas sua mente parou de pensar no assunto quando as palavras de confirmação lhe foram direcionadas. Dan poderia ter pensado qualquer coisa sobre o outro, mas que ele conheceria os cigarros que estavam na sua mão, isso sim era uma surpresa. Talvez tendesse a pensar demais que professores eram seres que nunca faziam nada de errado e sempre seguiam sua vida se acordo com as leis. Bem, aí estava uma contradição. E no lugar menos esperado possível. O que será que ele está pensando? Aproveitando a deixa, estendeu a mão pegando os cigarros na mão, enquanto mantinha o olhar curioso e surpreso direcionado para a feição alheia. Aquilo tudo estava indo bem demais. Quase conseguia visualizar sua possibilidade de fuga.❝Bem…❞ Começou, decidindo seguir por um caminho pedregoso, mas que, ainda assim, parecia-lhe sua melhor saída❝…é algo que pode lhe deixar bem.. tranquilo. Mas, melhor do que eu tentar explicar, seria se você mesmo descobrisse…❞ Estendeu um único cigarro bem enrolado na direção dele, uma sobrancelha erguida em tom desafiador enquanto esperava, levemente ansioso, pela resposta àquela pergunta.

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Os olhos claros do professor foram do objeto para o garoto, fazendo esse percurso só mais uma vez antes de levantar as mãos e balançar em recusa. --- Se eu soubesse, já teria feito. --- Descobrir por si só seria destruir como o primeiro. Romper o papel macio e frágil para libertar o conteúdo seco de dentro. --- Mais tranquilo do que eu já sou? De verdade? --- Estava aí um fato curioso. Ocean era como o próprio nome, o Oceano vasto e pacífico, com um ou outro evento disperso capaz de agitar todas suas águas. Tranquilidade, mas não apatia. Olhou ao redor e se levantou, o pés recolocando a terra no buraco agora vazio, batendo algumas vezes, e os dedos se agitando acima do lugar. Custou muito pouco a magia de umedecer a terra com água doce, lacrando assim as provas do crime menor. --- Nós deveríamos sair daqui de qualquer maneira,é deveras estranho ficar plantado no meio do jardim olhando o crescimento de arbustos e cilindros bem enrolados. --- Sorriu simpático, a cabeça meneando em direção da saída do jardim e entrada de um lugar mais tranquilo com visão para o mar.

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