Tell Me What To Do - Tumblr Posts
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tell me what to do ♡ shinee from: 1and1 - repackage album please download / stream digitally!
Por mais que não externasse, Inho era o tipo de pessoa que pensava sobre situações não uma, não duas, mas centenas de vezes. Passava e repassava cada detalhe em sua mente, tentando buscar soluções para problemas que, muitas vezes, ele mesmo criara. Às vezes arrependimento, às vezes cheio de razão. Às vezes sensações que ele desconhecia - ou que pelo menos não sabia nomear - vinham visitar sua mente e fazer moradia ali, ficando por dias a fio. Impedindo-o de dormir, comer, sequer pensar direito.
Não conseguia encontrar em que ponto perdera o controle de seus próprios sentimentos. Até sabia, mas se negava a aceitá-lo. Não conseguia entender como uma garota conseguia afetá-lo daquele jeito, não entrava em sua cabeça o quanto ela o deixava vulnerável, de joelhos. Aos seus próprios pés. Sempre se considerara seu próprio “mestre”, mas talvez tenha escolhido utilizar um lado errado de sua personalidade para o tal. Possuía vários cantos, um mais parecido com o anterior e sem nenhuma ligação com o próximo. Sentia-se, literalmente, um quebra-cabeça. Uma mísera peça fora do lugar e o retrato completo não passaria de uma figura abstrata, inteligível. Esse era Baek Inho. Complexo, fechado para possibilidades e para leituras. Ou era essa a imagem que gostava de passar.
“Admitir” não era uma palavra comum em seu dia-a-dia, achava esta uma expressão que remetia a fraqueza. E se fosse para ser fraco, que fosse dentro de seu quarto, sem ninguém para atrapalhá-lo com discursos batidos sobre como tudo iria melhorar dali em diante. Porque sabia que não iria, não para ele. Haviam muitas coisas que não se resolveriam de imediato, mas o maior problema preenchendo sua mente estava mais ao seu alcance do que conseguiria enxergar. Tudo o que precisava fazer era pegar seu celular e mandar uma mensagem, ligar, ou simplesmente fazer a coisa certa quando a encontrasse novamente. Não era uma questão de orgulho, não havia porque guardar esse sentimento em relação a Oh. Inho admitia que era um idiota, entretanto, haviam muito mais coisas que deveria admitir não só em sua cabeça, mas em voz alta, para ela, para ele mesmo. Ter a certeza de que haveriam testemunhas que não o deixariam mentir ou esconder aquilo por mais tempo.
E novamente, as paredes o cercando o deixava mais solitário do que o habitual. Um tempo sozinho era uma das coisas sagradas em sua vida, mas saber que havia alguém tão próximo que poderia acabar com aquilo e que ao mesmo tempo estava tão distante, o massacrava por dentro. Sentia-se tão culpado por tudo aquilo que certa madrugada, pegou seu reflexo no espelho do banheiro com lágrimas escorrendo por suas bochechas. Vale ressaltar: um reflexo que apesar de remeter ao físico, denunciava como seu interior andava uma bagunça. Suas olheiras haviam piorado e o rosto parecia mais magro. Notou também que hematomas apareciam com mais facilidade em sua pele. “Deve ser apenas falta de nutrientes”, pensou. Afinal, andava se alimentando da forma mais errada possível. Ligou a TV, colocou em um canal aleatório que passava um filme de guerra. Nada muito interessante levando em consideração os efeitos e atuação ruim. Se era o que serviria de distração, estava ótimo.
Eram quase duas da manhã quando resolveu desistir daquele filme sem sentido. Desligou a TV e pegou seu celular, que sempre no silencioso, não o avisou das vinte e nove mensagens que haviam em seu Kakao. Todas de Dowoon, o garoto do primeiro termo que acabou virando uma espécie de irmão mais novo que sempre estava precisando de uma babá. As mensagens que iam de “Inho-ya! Eu te amo 😍😍😍”, passando por “Hyung~~~ eu preciso de ajuda” e terminando em “vlde pife bur ne viscar???” diziam ao mais velho exatamente aonde precisava ir. Acabou soltando uma risada baixa ao pensar no quanto ele era inocente e manipulável. Podia apostar que mais uma vez, caira na lábia do pessoal da sua sala que adorava sacanear os novatos com bebida. E bem, a tarefa de cuidar deles sempre acabava ficando por conta de Baek.
Por cima da blusa de manga longa, colocou uma jaqueta de moletom e pegou uma extra, caso o garoto tivesse sido descuidado ao ponto de sair de casa sem estar devidamente agasalhado. Colocou o capuz sobre sua cabeça e saiu do dormitório, indo em direção ao bar onde costumavam se encontrar. Ao chegar no local, identificou facilmente o pessoal da sua sala, próximos ao balcão. Aproximou-se do grupo e os olhou, perguntando aonde Dowoon se enfiara, já que ele não estava ali. “Tarde demais, hyung~~~” Younghyun respondeu, soltando uma risada sarcástica que fez todos, inclusive o próprio Inho rir. Aquele pessoal realmente se transformava sob o efeito de álcool. “Relaxa, Inho. A gente não queria te incomodar, então o Yeontae o levou até o dormitório. Mas já que você veio, senta aí, vamos tomar umas.” Ele sugeriu batendo no banquinho ao seu lado. O moreno fez que não com a cabeça e fez um gesto como quem diz “deixa pra lá”. “Vai ter que ficar pra uma próxima. Mas valeu.” Assentiu e começou a caminhar para fora do lugar, mas pelo canto dos olhos, pode perceber os outros rapazes dando de ombros e se entreolhando, estranhando a resposta de um cara que nunca negava bebida. Inho não estava no clima para beber e se divertir.
Agora pensando que poderia dormir em paz, resolveu cortar caminho por algumas ruas meio perigosas, mas ele não se importava. Não era como se fossem mexer com ele, de qualquer forma. E também não era como se ele não tivesse passado grande parte de seu tempo em becos como aqueles.
Foi ao dobrar uma esquina e acabar em uma rua meio deserta que viu uma moça à sua frente, se vendo obrigada a passar entre um grupo de rapazes com caras nem um pouco inocentes. Arqueou uma sobrancelha, sabendo exatamente o que estava por vir. Acelerou o passo por um puro extinto protetor porque mesmo quando ele era um dos integrantes daquele tipo de grupo, não tolerava gracinhas com pessoas que não estavam interessadas. Mas quando já estava próximo, parou de andar. O sangue parecia ter congelado em suas veias quando ouviu a voz alheia. Aquela voz. Automaticamente, suas mãos se fecharam em um punho e trancou seu maxilar, incapaz de se mexer enquanto observava a cena.
O sangue que outrora estava congelado, agora fervia. Suas pupilas estavam dilatadas, enegrecendo ainda mais seus olhos ao passo que tentava controlar sua respiração a todo custo. Sua mãe tinha o costume de dizer que ele ficava assustador quando se irritava. E não era à toa, quem visse Inho de longe naquele momento, poderia dizer que havia algo de errado com ele. Era fácil de identificar o medo na voz dela e isso só o irritava ainda mais, odiava ver pessoas sendo intimidadas. Ainda mais naquele contexto, quando Haein estaria à mercê deles, sem qualquer tipo de ajuda. Só de imaginar as coisas horríveis e repulsivas que eles estavam pensando em fazer com ela, Inho ficava furioso.
Mas o ápice foi quando um engraçadinho resolveu passar de todos os limites. Quem ele achava que era para tocá-la assim, sem consentimento? Fechou os olhos por poucos segundos para manter a calma e não acabar fazendo uma besteira ali mesmo. Uma veia pulsava forte em seu pescoço e seu dentes estavam tão cerrados que acha possível eles se quebrarem a qualquer momento. Deu mais alguns passos, o suficiente para se colocar atrás de Haein. “Vocês não a ouviram? Deixem ela passar.” Disse com a voz mais tranquila do mundo, contrastando com a ira que ardia dentro de si. Olhou um por um dos rapazes que a cercavam, indicando que não estava ali para brincadeiras. Sua intenção não era provocá-los, somente queria demonstrar que estava obstinado em sua decisão.
O garoto que a segurava não cedeu de imediato, fazendo com que Inho continuasse encarando-o, chegando até mesmo a inclinar sua cabeça levemente para o lado. Mas logo ele entendeu o recado e a soltou, fazendo uma gracinha nas linhas de “calma aí, cara” e levantando as mãos em rendição. Inho não ouvia direito, só conseguia focar em tirar Haein daquele meio imundo e levá-la para um lugar onde estivesse segura. Entrelaçou seus dedos aos dela e começou a puxá-la para longe. Talvez ela tenha falado alguma coisa, talvez não. O moreno só ouvia ecos ao longe enquanto algumas pessoas abriam passagem para eles, já que eles não teriam coragem de estar no meio do caminho de um cara que parecia estar prestes a explodir.
Só parou quando já estavam dentro do campus da faculdade, próximos aos prédios aonde aconteciam as aulas. A soltou e parou à sua frente, olhando-a com calma. Estava quase pronto para perguntar o que ela achava que estava fazendo, mas a cena que viu, deixou seu coração em cacos. A expressão quase perdida de Haein o fez querer voltar lá para dar uma lição naqueles garotos. “Você está bem?” A resposta era bem mais que óbvia, mas sua pergunta saiu calmamente, tentando confortá-la de alguma forma. Jamais saberia o quão traumática aquela experiência poderia ser, mas sabia que odiava vê-la mal daquele jeito. “Jinjja, você está tremendo.” Comentou e de imediato, lembrou-se da jaqueta que trazia consigo. Sem pedir permissão, a colocou sobre os ombros alheios, ajeitando-a da melhor forma que conseguia. Seus olhos estavam vidrados na pequena figura à sua frente e seu interior ainda queimava com uma porção de sentimentos. Tinha muita coisa pra falar, mas o único barulho audível, era o de outros jovens fazendo farra em algum lugar distante.
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Se em semanas atrás, alguém lhe perguntasse em uma conversa casual, qual a sensação de lutar por nada, Haein não conseguiria definir com clareza. Contaria sobre algumas situações parecidas, mas nada que respondesse corretamente a pergunta. Ou nada que seu otimismo não prevalecera até então. Porém, se hoje alguém lhe perguntasse a mesma coisa, em uma conversa causal durante o tempo que estivesse sozinha desfrutando dois cafés frios em uma mesa vazia, a resposta seria diferente. Uma maré de coisas, problemas, expetativas e até contra o “eu mesmo”, para no final não valer de nada. Essa seria sua resposta, e era exatamente como se sentia agora. Mas a pior parte, é que agora ela conseguia enxergar com extrema clareza, sem tentar fazer com que as coisas fossem do jeito que ela acreditava dentro de sua cabeça.
Oh Haein sempre tentou ser forte e manter a cabeça erguida, na realidade, fora o que mais fez em sua vida toda. Mas que tornaram-se impossíveis no momento em atravessara a porta do dormitório. Ali ela não precisava ser nada do quê as outras pessoas esperavam que ela fosse e nem manter uma postura que não coincidia como realmente ela se sentia, fingindo estar tudo bem quando na verdade não estava. Não sabia colocar em palavras como se sentia naquele momento, se sentia usada, uma tola por tudo que fizera, ou se todos os sacrifícios foram tempo perdido. Tinha tanto a pensar, mas ao mesmo tempo só queria manter a mente vazia. Tudo isso por um único motivo, um gesto, um nome, que lhe causava borboletas, mas que também lhe dava espinhos. E desmoronou-se no silêncio do quarto. Do jeito que só ela sabia, só ela entendia e encontrava um certo alívio.
Dias se passaram e ela ainda sentia o gosto amargo em sua boca, mas não era do café. Um gosto que parecia ficar mais intenso conforme às horas passavam e nada parecia mudar, apenas a sensação o caos dentro de si. Tentava pensar a todo custo, como faria a sua vida seguir dali em diante, com novas metas e um foco totalmente diferente do que fora até agora. Não podia mudar os acontecimentos e muito menos a cabeça das pessoas, de uma em específico, mas poderia muito bem tomar mudar seus objetivos e traçar novos rumos. Afinal, estava na universidade… isso, era para isso que estava ali, pra estudar. Contudo, por mais que tentava, não conseguia deixar de pensar em Inho.
Uma das maneiras que Haein usava para distrair cabeça era caminhar. Seja por onde for, pelo parque, pela cidade ou qualquer lugar que fosse amplo o bastante. Assim ela havia saído várias noites pelo campus, sempre sozinha pois assim conseguia pensar melhor e aproveitar o quê o silêncio tinha a dizer. E em uma ocasião dessas, Oh fez uma pequena viagem à época do colegial e deparou-se como tudo mostrava-se semelhante. Em ambas as situações, ela era a culpada, mas Inho também era, acabando sempre por deixa-la num beco sem saída. Uma controvérsia, pois ao mesmo tempo que jurava conhece-lo, no fundo não o reconhecia.
Depois de muito tempo sozinha, era a hora de procurar a forma mais popular para se desligar do mundo no meio dos bares agitados que a vida universitária pode oferecer. A grande vantagem, senão a maior, era o fato de que nenhuma das pessoas com quem iria sabia da história, e assim pouparia questionamentos, discursos ou qualquer outra coisa que a impedisse de aproveitar a noite. O relógio apontava duas e meia em ponto quando Haein decidiu que chegara ao seu limite e precisava ir para o apartamento. Como a maioria encontrava-se bêbada demais para raciocinar, decidiu seguir sozinha e começou a se arrepender de não ter colocado um sapato sem salto.
Por não ser um lugar muito próximo da universidade, as duas ou três formas de chegar não eram lá tão acessíveis; ruas estreitas e lugares mais escuros fizeram seus ombros encolherem não apenas pelo ar gelado da madrugada. E foi quando viu um grupo de homens parados a 30 metros a sua frente, que sentiu um arrepio na espinha, logo começando a desacelerar os passos. Não tinha como escapar, aquele era a única rua que deveria passar sem se perder, e também já estava quase perto da universidade. Apertou os passos conforme foi se aproximando, tentando manter a postura no exato momento que estava passando, quando escuta a provocação vinda de um deles. Haein não hesitou e continuou caminhando como se nada tivesse acontecido, mas não foi o suficiente. Um cara alto e de cabelos escuros parou em sua frente, impedindo a passagem e por questão de centímetros não encostara em seu corpo. Automaticamente recuou, dando dois passos pra trás e não baixou a guarda por mais que estivesse tremendo por dentro. Seu medo não era por estar perto de caras perigosos, mas sim pelo o quê eles poderiam fazer na situação que ela se encontrava. ‘’Me deixe passar.’’ A voz áspera claramente denunciava o choro reprimido e antes que fizesse qualquer movimento, o homem fora mais rápido e agarrou o seu braço, deixando-a completamente vulnerável agora.
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A força que o homem aplicava em seu braço era tão intensa, que causou um grande impacto a ponto de começar a doer em poucos segundos. Viu que não tinha mais jeito, não conseguiria nem ao menos desprender-se daquela mão asquerosa a tempo de defrontá-lo. E quando sentiu que estava sendo cercada, lembrou-se que não havia apenas um oponente, mas sim o grupo todo. As lágrimas começaram a se formar em seus olhos, mas antes que o pânico tomasse conta do seu sangue por completo, algo aconteceu. Seu coração parou por um instante ao ouvir a voz de Inho vinda de trás, prestes a lhe salvar. Não sabia como ele tinha ido parar ali, exatamente naquela hora, mas de uma coisa tinha a plena certeza: ninguém mais a machucaria, não enquanto Baek Inho estivesse por perto.
Mesmo a figura à sua frente não ter se intimidado de primeira, pode sentir a pressão sob seu braço diminuindo lentamente conforme ele encarava Baek. Mas somente quando ele cedeu por completo, que Haein respirou com mais calma, apesar de ainda não se ver totalmente livre daqueles caras. Não sabia se era o medo que amplificava a adrenalina no seu corpo ou se era os drinques que havia bebido na boate, mas tudo o quê conseguiu sentir depois de ver um deles se afastando, foi a mão de Inho entrelaçada na sua. Era o primeiro contato físico que tinham desde o abraço no dia da chegada de Oh. Um gesto simples, mas que tinha a capacidade de aquecer os ossos de Haein em meio a madrugada fria e trazer a sensação de estar sendo capturada por um herói sem armaduras. Inho parecia estar a mil, fazendo com que os dois caminhassem o mais depressa possível, enquanto ela só entendia que estava sendo guiada. Não conseguia dizer uma palavra, apenas fixava o olhar nos vultos do asfalto que se movia debaixo dos seus pés, diferente da velocidade com que sua mente repassava os acontecimentos anteriores.
Quando notou que estavam chegando em um ambiente familiar, o da faculdade, até tentou pôr-se em uma posição normal, mais ereta. Mas só tentou. Ainda estava em choque, sem saber o quê dizer e completamente desolada. O pouco de maquiagem que passara, já nem existia mais, apenas o rímel formando pequenos borrões pretos na superfície. Não que ela se importasse com isso, mas era evidente o quanto estava abadita. O braço apresentava uma vermelhidão na região que denunciava as marcas de dedo aonde o rapaz pressionara, detalhe que não havia percebido até então. Só conseguiu erguer a cabeça no momento em que ouviu a pergunta de Inho, apresentando-o um olhar totalmente abatido e que talvez funcionasse como resposta. Sim, estava tremendo. Mas era impossível saber se o motivo era o frio ou o medo. Ainda com o olhar preso ao rapaz, acompanhou-o ao fazer a menção de colocar a jaqueta e tudo o quê pode fazer foi aceitar pois não estava nas melhores condições de contestar, por mais que queria. Ao tê-la em seus ombros, identificou o aroma do perfume dele no tecido, fazendo-a questionar sobre quantas outras garotas já haviam usado a mesma jaqueta e sentido o mesmo perfume bem de perto.
O silêncio tomava conta de Haein que se expressava apenas pelo olhar. Realmente, era uma noite inacreditável. Lá estava, a mesma pessoa, agindo da mesma forma -não soando da mesma maneira, mas ainda com a mesma normalidade de sempre. Queria muito agradece-lo pelo que fizera, de verdade. Mas não conseguia sequer inciar uma conversa. Toda o abalo que sentia antes, agora saia de cena e agora dava espaço a uma mágoa sem tamanho. Olhar para ele era como ver um filme de toda a trajetória que se iniciou assim que pisou pela primeira vez naquele lugar. Estava com tanta raiva de Inho, mas ao mesmo tempo queria arrancar o coração do próprio peito para mostrar-lhe o quanto estava destroçado. Havia tantas perguntas, tanto a dizer. Mas dessa vez, não era sobre o que ela sentia, pois sabia que isso já não tinha mais jeito. Era sobre como ele conseguia agir do seu jeito, mas ao mesmo tempo, não ser nenhum pouco parecido.
‘’Uau, que noite foda. Quando eu achei que não tinha como piorar, acabei me surpreendendo.’’ As primeiras palavras finalmente ganharam força e saíra pela boca como um jato. A prova disso fora ao utilizar o palavrão que não usava há séculos e o uso de ironia que nunca se estendia nessa intenção. Respirou fundo e continuou. ‘’Você praticamente me ignora todas as vezes em que eu tento manter uma conversa entre nós dois. Me trata como um nada todas as vezes que eu tento me aproximar de você, e ainda por cima desaparece como se nada disso fizesse diferença, sem ao menos procurar entender o quê aconteceu. E depois… Como você consegue, han? Como você ainda vem me perguntar se está tudo bem e agindo como se nada estivesse acontecido? Havia raiva em sua voz, indignação e qualquer outra coisa que demonstrasse o quanto ela estava desacreditada. Queria botar pra fora grande parte das coisas que sentia naquele momento, e tiraria a coragem dos lugares mais improváveis dentro de si caso fosse preciso.
Franziu o cenho, sua postura antes totalmente relaxada agora ganhando um pouco de tensão. Não entendeu o que ela queria dizer com aquilo, mas questioná-la não foi necessário tendo em vista sua próxima fala. Sua primeira reação foi ficar um pouco hesitante. Nunca a vira enfrentá-lo daquele jeito, mas espera, então ele, literalmente a salvava e ela queria começar a discutir o relacionamento deles? Do nada? Aquilo fez com que uma certa irritação tomasse conta de Inho. Não espera que ela caísse de joelhos ao seus pés clamando pelo “herói”, mas um “obrigada” não machucaria.
Pelo foi menos assim que Baek preferiu pensar, porque refletir sobre as palavras dela estava totalmente fora de cogitação. Afinal, elas eram a verdade, não eram? Uma verdade que apontava Inho como o errado da história. E Baek Inho nunca estava errado. Também era assim que preferia pensar. “Você andou bebendo, né?” Olhou-a a mais de perto, ignorando totalmente a possibilidade de dar uma resposta para o que ela acabara de dizer, fingindo que não ouvira.
Só que sua preocupação passava bem longe de se importar se ela estava bêbada ou não, porque mesmo se estivesse, seria apenas mais um indício do quanto sentia-se magoada. As pessoas tem o costume de soltar tudo o que pensam enquanto estão naquele estado, talvez por não ter controle sobre si mesmas ou talvez porque no dia seguinte, não se lembrariam de nada e poderiam seguir em frente, sem se preocupar. Mas Inho lembraria, certamente, de cada palavra. E Haein também porque aquela não era uma dor passageira, era algo que a acompanhava há anos. Como sabia disso? Ele também a sentia. Ela em maior proporção, era claro, mas em nenhum momento o rapaz esteve isento da agonia.
E ele não podia afirmar se tocar no assunto resolveria muita coisa, não enquanto aquela ideia patética estivesse em sua cabeça. A pior parte era que Inho não sabia se a magoava mais estando por perto ou todas as vezes, como ela mesma dissera, que ele a ignorava, maltratava ou a tratava como se não significasse nada. Tudo era muito conflitante. Muitos argumentos perdiam ou ganhavam sentido conforme as situações iam acontecendo, mas Inho tinha certeza de apenas uma coisa: tudo estava muito errado.
Estava se controlando para não rebater todas aquelas palavras cuspidas por ela. Não queria pensar sobre, mas era inevitável, ela estava mexendo em algo muito delicado. E se fosse responder, o que diria? Que ela estava certa? Que todas aquelas malditas palavras eram verdades e que ele era um babaca? Ou apenas afirmaria e completaria dizendo que ela não fazia diferença alguma? Bem que queria, mas Inho não tinha estrutura para pôr em prática nenhuma das opções. A fraqueza que tanto odiava sentir, novamente aparecia e formava uma barreira entre ele e Haein.
“Espera. Ele te machucou?” Toda sua linha de raciocínio foi quebrada assim que notou a vermelhidão no pulso da mais nova. Mais uma vez, foi tomado por uma sensação de raiva que só aumentava gradativamente. De repente, pareceu que ganhara a liberdade de sentir o que quisesse em relação às suas frustrações. E “liberdade” não era algo que qualquer um possuía para fazer o que fizeram com Haein. Sua respiração voltou a ficar descompassada e isso só aumentou um desejo muito íntimo de Inho: proteger Haein a todo custo. Porém, isso não seria possível enquanto Inho não tomasse uma decisão que iria ao encontro de várias coisas nas quais acreditava.
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Tudo bem, era certo dizer que Haein não tinha o direito de exigir nada dele, mas agora, naquele momento, sentiu que merecia muito mais do que recebera até então. Esperava que dessa vez ele realmente absorvesse o significado daquelas palavras e assim pudesse oferecer uma resposta decente que seria capaz de colocar parte dessa confusão nos trilhos. Ou pelo menos, que ele contestasse como costumava fazer, usando uma simples expressão ou uma chuva de palavras que na verdade não eram nem um pouco confortantes. Tudo que pedia era uma explicação, algo que esclarecesse a situação de uma vez por todas, independente se acabaria por bem ou por mal.
Mas parecia que todas as suas palavras foram sopradas ao ar e carregadas com o vento pois de nada valeram. Não conseguia olha-lo de outra forma a não ser abismada com o que acabara de ouvir. Bêbada? Ela finalmente disse o que estava entalado na garganta depois de muito tempo e tudo o que ele praticamente quis dizer é que ela não está em seu estado sã? Haein umedeceu os lábios e percorreu os dedos sobre os fios, apertando-os com força. Realmente parecia tão frágil para Inho a ponto dele achar que toda essa determinação só apareceria com a ajuda do álcool? Estava certa de que as doses que bebera mais cedo tiveram uma pequena influência, mas ainda sim não era a principal causa pois sabia perfeitamente o que estava fazendo.
Além do mais, ela era frágil sim. Extremamente frágil quando se tratava de Inho. Afinal, era por isso que se encontrava naquele estado, não era? Era por isso que andava sofrendo e fazendo com que as coisas não caminhassem da maneira certa. E também era por isso que não havia tomado essa atitude até agora, porque era fraca demais para desistir de algo que ansiava cada vez mais e mais. Ou quem sabe, forte demais por conta de tudo isso.
Ao mesmo tempo que mil coisas se passavam pela sua mente, nada parecia ter nexo. Ao mesmo tempo que pensava em fazer mil coisas, não conseguia fazer nenhuma delas a não ser manter-se em silêncio, enquanto respirava em uma velocidade que até mesmo ela desconhecia. Mais do que nunca, sentia-se completamente sozinha e mal compreendida. Pois a única pessoa que seria capaz de puxar a corda e trazê-la de volta para luz, acabava de soltar a pontinha que ainda restava e por fim, virado as costas.
Mas logo o silêncio foi substituído por uma fala que Haein preferia não ter ouvido e assim a pouparia de ter a plena certeza de que Inho era mesmo inacreditável. Afastou-se quase que imediatamente, mantando uma distância que indicava claramente que ela não queria qualquer tipo de contato ou que ele desse mais um passo sequer. Ao invés de dar uma resposta, tudo o que conseguiu fazer foi virar as costas. Só queria ir embora dali, só queria correr com toda a velocidade do mundo sem ter que olhar parar trás e ver sua vida ser dissolvida entre as próprias mãos.
A última etapa que precisava ser colocada em prática para botar um ponto final entre a história de duas pessoas de uma vez por todas, era um passo, literalmente um passo. Mas assim como um nó estava em sua garganta, outro parecia estar no seu pé e a impedindo de seguir em frente, fazendo com que tomasse apenas uma decisão em seguida. ‘’Durante muito tempo, eu escondi como eu me sentia em relação a algumas coisas. Acho que a maioria delas, para ser mais exata. Eu tentei ser positiva, tentei passar por cima das coisas que eu via que não valia a pena, sabe? Tentei tirar o lado bom das coisas ruins e amenizar o resto de toda essa nuvem cinza que sempre insiste em aparecer. Tentei mostrar que ainda existe esperança e que nem todo mundo é tão decepcionante quanto você imagina, principalmente quando se trata de alguém que você menos espera. Eu tentei. Mas ao mesmo tempo que eu consigo ver tudo isso com clareza, ainda há um labirinto gigantesco na minha cabeça que me impede de entender várias coisas, e talvez eu nunca consiga compreendê-las mesmo. Mas agora, tudo o que eu preciso saber é uma coisa. O que você quer de mim, Inho?’’ As lágrimas que antes tanto relutaram em cair, agora cobriam a visão de Haein e caíam como pesos em suas bochechas. ‘’Diga! O que você quer de mim, Inho?!’’ Gritou com toda a força que conseguiu arrancar dos pulmões, fazendo sua garganta estremecer com quão áspero as palavras saíram. Havia raiva em seu olhar, medo em sua postura e um pedido de socorro em sua voz. Essa seria sua última chance, seus últimos minutos para fazer com que toda sua luta realmente valesse a pena.
Ver Haein afastando-se daquele jeito, quase que com repulsa, fez Inho sentir algo atingindo seu peito em cheio. Era doloroso vê-la retraída daquela forma, evitando-o. Não tinha a intenção de ultrapassar nenhum limite imposto por ela - fosse físico ou emocional -, mas por um segundo cogitou a possibilidade de segurar os ombros alheios e virá-los, para que Oh o encarasse de frente. Aquela era uma imagem desconhecida até há pouco, porém, um único contato já fora mais do que suficiente para que ele passasse a odiá-la. No dia do café, sabia que a garota de cabelos negros não iria embora definitivamente; e agora a situação era bem diferente. Encarou as costas dela, a destra levantando-se quase que involuntariamente para tocá-la. Mas sabia que não o faria.
Não sabia o que dizer e muito menos fazer, sentia-se confuso e tudo o que pensava em fazer, não parecia ser bom o suficiente. E foi aí que Inho começou a sentir que todo seu esforço seria em vão. Cada palavra dita por Haein era como um soco. Machucava. Machucava porque ele sentia a dor na voz dela, sentia que ela chegara ao seu extremo. Ela precisara chegar àquele ponto para conseguir colocar para fora exatamente o que Baek precisava ouvir. Era quase desesperador e isso também causava efeitos em Inho, que queria pedir para era parar de falar. A ideia de que ele era o motivo daquilo tudo era insuportável. A pior parte é que não imaginava que algum dia fosse ouvir com tanta clareza seus erros sendo colocados em cima da mesa, expostos. Acima de tudo, ela o fizera de uma forma que deixava tudo pior. Não, ela não os atirou em seu rosto como qualquer pessoa faria. Ela o fez parar para pensar, obrigando-o a buscar por si só todos os tropeços que tivera até então. E mais uma vez, quase pediu para ela parar.
Estava com medo.
Medo de ela continuar e sinalizar que aquele era o fim. Porque por mais que estivesse evitando-o, nunca quisera aquilo de verdade o mais íntimo de seu ser sabia disso. Mas a pergunta final o pegou de surpresa. Inho parou por alguns segundos, vendo os olhos marejados de Haein. Sentiu-se irritando novamente. Consigo mesmo, acima de qualquer coisa.
Abaixou os olhos para o chão à sua frente. Não havia uma resposta para aquela pergunta, não uma que pudesse dar ali. Ainda se impedia de tomar uma atitude e isso só o deixava mais nervoso porque apesar de tudo, a única coisa que ela pedia, era uma resposta. Uma mera resposta, seu idiota.
A alteração no tom de voz dela foi exatamente o que faltava. A pergunta gritada por ela alterou o interruptor para que aquela faísca que ainda havia dentro de si, voltasse a queimar. Não suportava mais olhar para Haein e não poder chamá-la de minha e muito menos, vê-la confusa e machucada. Sua intenção era protegê-la, mas a história acabou se transformando em algo trágico. Dane-se suas boas intenções, Baek Inho. De que elas lhe valeram até agora? Exatamente, de nada. Porque seus sentimentos não podiam ser destruídos e tampouco os dela, não era algo possível de ignorar ou simplesmente fazer desaparecer. Ele sabia que era o único que poderia curá-la ou destruí-la de uma vez por todas. Achava que suportaria, mas Inho não aguentava mais aquilo, aquela brincadeira patética e sem nexo.
Sem se dar o trabalho de ponderar sobre seu próximo movimento, Inho caminhou até Haein a passos firmes e segurando em sua cintura, a colocou contra a parede de um dos prédios. Seus braços acabaram um de cada lado do corpo da menor, seu maxilar trancado enquanto sua respiração tornava-se pesada. Com a destra, segurou o queixo alheio com certa gentileza para quem estava nervoso; dessa forma, tentando obrigá-la a manter contato visual. “Quer mesmo saber o que eu quero de você? Porque em algum lugar, eu tenho certeza você sabe exatamente do que estamos falando.” Disse entredentes, praticamente rosnando aquelas palavras. “Sei que não facilitei nem um pouco as coisas pra você, mas mesmo assim, você insistiu em um erro. É isso o que eu sou, Haein, um erro. Não deveria ter perdido um segundo da sua vida comigo e olhe, olhe aonde você se meteu. Você é uma pessoa incrível que largou toda a sua vida pra trás e muitas outras oportunidades por qual motivo? Porque eu não valho a pena.” Sussurrou a última frase, meneando a cabeça negativamente no processo.
Seu tom mantinha-se com certa raiva e aspereza, seus olhos nunca deixando os dela. “Mas quer saber de uma coisa? Eu estou cansado. Desse teatrinho que eu tentei armar, dos jogos que eu tentei fazer para fazer você se afastar. Foda-se. Você deve estar louca pra saber a verdade, não é? Então eu vou te contar.” Soltou o rosto da menor e aproximou seus lábios do ouvido dela, dizendo: “Sei que nunca disse isso, mas... Eu te amo, Oh Haein. Sempre te amei. E você não deveria sentir o mesmo por mim, apesar dessa ser a única coisa que eu quero de você. Mas eu sou um egoísta, no final das contas. Porque apesar de algo dentro de mim gritar para deixar você livre, eu não consigo. Eu não sou forte o suficiente pra te deixar ir.” Inho respirou fundo e com isso, pôde sentir com mais clareza o perfume adocicado que o deixava inebriado. O fios negros exalavam um cheiro diferente do presente em seu pescoço, mas ambos se completavam e a deixava mais estonteante. Inho a sentia muito perto e aquilo estava começando a tornar-se perigoso.
Afinal, precisava tirar a última de suas dúvidas. Afastou-se de Haein, as mãos voltando a repousarem na parede, prendendo a figura da menor entre eles. “Porém, eu vou te dar uma última chance. Você pode ir, se quiser, eu não vou te impedir. Ou você pode ficar. Comigo. Mas eu preciso avisar que se escolher ficar, vai ser pra valer. Eu realmente não vou deixar você ir, não mais.”
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Toda aquela história de que a vida pode mudar em questões de segundo sempre foi muito mais do que uma lição figurativa. Em um minuto, você está vivo. No outro, nada é garantido. Tudo se trata de escolhas, ou para quem prefere, do destino. Mas será que se fossemos capaz de prever o futuro, ainda faríamos as mesmas escolhas? Arcaríamos com as consequências ou evitaríamos que elas existissem? Construiríamos um futuro com base no que já saberíamos ou arriscaríamos o desconhecido? São tipos de pergunta que se forem refletidas, serão fáceis de responder. Mas na hora, justamente no momento em que estão acontecendo, são indecifráveis. Na hora existe apenas a vítima ou o causador da situação. Nada mais que isso. Não existe o famoso clichê do “e se”, somente o “aqui e agora” permitindo que qualquer coisa aconteça. A vida é feita de vários momentos insignificantes. Então um dia, aquele único momento aparece para definir cada segundo do futuro.
Os segundos de silêncio que se estenderam depois de quase jogar seu coração para fora, foram os mais os mais longos da vida de Haein. Toda sua vida correu diante dos seus olhos e cada detalhe parecia ser jogado sobre um filtro, pois no final de nada lembrava. Sua mente estava vazia, apenas vivenciando o ‘’aqui e agora’’ que estava parado bem a sua frente.
E foi quando tudo mudou como um flash. Apenas um toque, um simples toque, e seu corpo transformava-se inteiramente subordinado a qualquer coisa que Inho oferecesse. Mas ainda não sabia o que aconteceria em seguida, não sabia o que pensar. Havia medo em seu rosto, mas também havia fascínio por estar tão próxima. Encarar os olhos alheios estabelecia um tipo de conexão, da mesma forma como dois fios se conectavam e emitiam eletricidade, fazendo Oh tremer por dentro. As primeiras palavras fisgaram seu fôlego e trouxeram consigo uma onda de tensão impedindo de entender o que aquilo significava. A única coisa que funcionava em perfeito estado era sua audição, mas que por um momento Haein achou que estivesse falhado também. Não, não, não. O que ele estava dizendo? Ele não era um erro, não era nada daquilo do que dizia. Ele poderia ser muitas coisas das quais acreditava, mas nunca um erro. E mesmo se fosse, e daí? Ela nunca preferiu o correto mesmo. Preferia correr riscos, ultrapassar o proibido. ‘’O problema é que os humanos têm o condão de escolher exatamente as coisas que são piores para eles’’, não é? O mais curioso de tudo isso, era que por mais que tivesse agido dessa forma a vida toda, só agora podia ver com clareza e ter a consciência do que exatamente aquilo significava. E isso só reforçava a ideia de que quanto mais errado Baek parecesse a Haein, mais adequado ele se tornava para ela.
Suas mãos iam e voltavam contra a parede em um movimento discreto, queria rebater todas as palavras que saiam da boca dele, mas não podia. Não conseguia fazer nada a não ser escutar tudo o que ele tinha a dizer, resultando uma série de emoções que nem ela conseguia traduzir. Nunca o vira agir daquela forma e era surpreendente vê-lo se expressar daquela maneira, como se olhasse para o próprio ‘’eu’’ da forma mais sincera possível e abrindo espaço para entender o que realmente vinha acontecendo durante tudo que passaram. Sem dúvida alguma, Oh sentiu como se fosse uma das poucas vezes em que ele abria o próprio coração e permitia que uma outra pessoa presenciasse as coisas puras que nele continha.
Tudo aquilo era novidade e acontecia de forma tão rápida que não havia como organizar todas aquelas informações, mas ouvir que ele revelaria a verdade só poderia significar uma coisa: seria o fim. Mas Haein só entendeu o que estava acontecendo quando sentiu o hálito quente bem próximo a sua pele, fechando seus olhos antes mesmo dele começar a falar. Esse foi o minuto de Haein, o segundo decisivo em que tudo mudara com apenas as três palavras responsáveis por faz todo o ar do seu pulmão sumir e seu coração parar por um instante. Mwo? Depois de tanto tempo, tantos sacrifícios, os obstáculos e ele finalmente demonstrara a parte dentro de si que ainda sentia alguma coisa. E era por ela. Finalmente acendeu-se uma luz em meio a escuridão e uma imensa barreira foi derrubada. Sabia que era real, mas sentia-se como se estivesse em uma dimensão onde só existissem os dois e mais nada a sua volta. ‘’ (…) apesar dessa ser a única coisa que eu quero de você…’’A respiração se tornou alta e lenta, tentando equilibrar os sentimentos aguçados que transmitiam exatamente o mesmo por ele. Agora, mais do que nunca, sentia-se muito mais próxima do que até mesmo seus corpos fossem aptos a ficarem. ‘’Então por favor, não me deixe…’’ Só respondeu mentalmente enquanto as palavras ainda ecoavam em seu ouvido com uma sensação de êxtase. Sua voz, sua respiração, seus cabelos, o perfume… tão perto.
Voltou a encará-lo e não conseguia mover um músculo sequer, seu corpo encontrava-se totalmente paralisado. Queria gritá-lo pedindo para que não se afastasse, queria dizer o quanto o amava e o quanto queria estar ao seu lado mais do que qualquer outra coisa no mundo. Haein não hesitou mais um segundo e abraçou Inho com toda força que possuía, repousando a cabeça sobre seu o peito. Sentia-se segura, não havia mais lágrimas em seus olhos, apenas esperança. ‘’Eu não irei à lugar algum porque o que eu quero está bem aqui. Você criou suas as próprias regras e eu continuei seguindo cada uma delas. E sabe o por quê? Porque não importa o que você faça, nada é tão forte o suficiente pra me afastar de você. Porque eu não quero outra coisa a não ser ficar com você. Me faça ser sua. ‘’ Suas unhas roçavam o tecido do moletom, dizendo lentamente cada palavra. Elas soavam mais como um pedido do que qualquer outra coisa. Ergueu-se de volta a ele, fazendo com que a ponta do nariz percorresse minuciosamente cada fragmento do pescoço alheio. Agora era a sua vez de tocar o rosto alheio, repousando as duas mãos na superfície das bochechas quente e acariciando-as. ‘’A única coisa que poderia ter perdido na vida, seria se eu não tivesse persistido em você. É uma pena que ainda não consiga ver isso com clareza, mas o que você tem aí dentro, te faz valer muito a pena. Mais do que você imagina. Nada disso te transforma em um erro. Mas mesmo que seja, ainda é o meu erro. O erro mais impecável que eu já cometi. É por isso que estou aqui, por causa de um erro. Mas acima de tudo, porque eu te amo, Baek Inho.’’
Sempre foi o tipo de pessoa que tem reações rápidas. Respostas rápidas, pensamentos rápidos, atitudes rápidas. Fazia quase tudo do seu jeito, a seu gosto, mas o arrependimento era bem maior do que gostaria. Arcar com as consequências de suas escolhas era um peso enorme que o jovem carregava nas costas; e parecia que a carga só aumentava cada vez que o menor dos comentários escapava por entre seus lábios. Não era uma pessoa ruim e as vezes em que acabava machucando os outros, era quase sempre sem querer. Acredite se quiser, mas ele sentia muito por cada uma delas. O impasse mesmo se encontrava no fato de sua capacidade comunicativa ser fraca: dentro de sua cabeça, sabia exatamente o que dizer e como. Era só abrir a boca para arruinar com tudo. Ou dar um passo para todas as suas teorias caírem por terra.
No momento em que Haein o abraçou, soube que aquela seria uma das poucas situações em que mais tarde agradeceria por ser do jeito que era. Talvez se não tivesse perdido o último resquício de seu auto-controle, ela não estaria ali, encostada em seu peito como se fosse o lugar mais seguro do mundo. Só que não podia afirmar se ela realmente estaria em segurança ao seu lado. A única coisa da qual tinha certeza, era que faria aquilo se tornar realidade, mesmo que significasse mudar. E Inho temia mudanças. Por mais impulsivo que fosse, apreciava certezas e se recusava a dar passos sem ter um terreno firme sob seus pés. Mesmo sem intenção, Haein transformava seu chão em areia movediça. A imprevisibilidade de seus atos anulava toda e qualquer tentativa do rapaz de ter algum tipo de estabilidade.
Ela conseguia desconstruí-lo sem esforço e mal fazia ideia da influência que tinha sobre ele. O efeito era tão forte que seus braços a envolveram pela cintura de forma quase automática, o mínimo contato já se tornando mais do que suficiente para Inho esquecer-se de tudo o que lhe fazia mal. Porque segurava a melhor coisa que algum dia já teve. E a segurava como se fosse frágil, como uma peça muito valiosa que poderia ser arruinada facilmente. Mas ao mesmo tempo, seu abraço era protetor, como uma tentativa de impedir que ela o deixasse. Ainda se preocupava com aquela possibilidade e nem ele entendia o motivo, já que tudo o que ela fez até então, foi provar que só queria permanecer ao seu lado. Fechou os olhos e tentou esvaziar sua mente, ansiando uma resposta por parte dela além da reação física.
Não poderia esperar resposta melhor, com gestos melhores. Conseguia sentir nitidamente as unhas dela se arrastando pelo seu moletom, palavras que tanto estimaria por um logo tempo sendo ditas por Haein. O corpo de Baek tornara-se tão sensível ao ponto de arrepiar-se por inteiro ao ouvir sua última frase. Podia ser só sua mente voando um pouco além do que deveria, mas teve a impressão de haver mais de um sentido naquela frase. “Sua”. Ela já era dele. Às vezes odiava, mas não conseguia impedir seu lado possessivo de manifestar-se sobre tudo que chamava de “meu”. Loucuras nunca foram cometidas graças a esse fator, porém, o moreno sabia que conseguiria ir bem longe para proteger o que considerava primordial.
Ainda mais sentindo o contato direto, porém sutil em seu pescoço. Aquela era uma região um tanto quanto sensível, cada toque enviando uma onda de eletricidade sob sua pele. Deixando-o alerta, mais vivo do que nunca e pronto para receber qualquer coisa que acontecesse em seguida. Sentia-se leve, apesar de tudo. O que causava isso talvez fosse o fato de poder sentir o mais puro afeto naquela abraço, ou os poucos segundos de silêncio, que mesmo quando quebrado, era graças à voz baixa, quase melodiosa de Haein. Aliás, do que ela estava falando? Ele não tinha nada pelo quê lutar. Existe aquela história de que as pessoas se desmerecem com muita facilidade e colocam as outras em pedestais. O fato era que ele era auto-crítico e tinha plena consciência de todos os seus defeitos. E essas circunstâncias o vetavam de enxergar da forma como ela enxergava, pois dentro de si só conseguia encontrar desolamento, espinhos e maus agouros, a esperança sendo algo quase inexistente.
Um contentamento muito grande atingiu seu cerne quando ela terminou. Aquilo era tudo e bem mais do que queria ouvir. Será que ela sentiu-se da mesma forma quando ele disse as mesmas três palavras? Nunca saberia a resposta, mas certamente gostaria de experimentar aquela emoção mais vezes. “Não tenho muitas coisas boas dentro de mim e você sabe disso. Mas se acha que eu ainda tenho uma chance, que... Ainda não estou completamente perdido, vou tentar lutar por isso. Seja lá o que você vê em mim, deve valer a pena.” Afastou-se o suficiente para conseguir fitá-la diretamente, encantando-se com a visão que adquirira.
A destra deixou sua posição anterior para colocar uma mecha dos cabelos de Haein atrás de sua orelha, tornando o rosto dela ainda mais nítido. Aquelas eram as feições que tanto sonhou em ver de novo, que o atormentaram por todo o tempo em que estiveram separados. E ali elas estavam... Tão perto. “Eu senti tanto a sua falta...” Sua testa encostou-se na dela, seus olhos passeando vagarosamente por cada milímetro do rosto de Oh. Logo começou a roçar seu nariz contra o dela, de forma calma, os olhos entreabertos. Estava sendo guiado puramente por suas emoções, aproveitando cada segundo. "Ainda acho tudo isso uma loucura, sabia? Desde o começo.” Comentou com toda a sinceridade, uma risada baixa acabando por escapar. “Mas é a nossa loucura.” Sua mão escorregou para o pescoço alheio enquanto o dedão acariciava sua bochecha, em seguida indo parar no canto de seus lábios. Ainda tentava manter-se controlado, mas era quase impossível não sentir-se como se estivessem em uma espécie de nuvem, que os levava cada vez mais alto. Deixando-o sem alternativa a não ser entregar-se por completo ao momento. “E você já é minha, Haein. Sempre foi. Sempre vai ser.” Sua voz não era mais do que um mero sussurro, as pequenas carícias sem nenhuma interrupção. Nada mais importava naquele momento, tudo o que precisava era acabar com aquela tensão que os cercava, chegar até onde ambos queriam chegar. Sem mais hesitar, Inho encostou seus lábios aos de Haein, sentindo vida entrar em seu corpo novamente. O contato logo transformou-se em um beijo desacelerado, quase como se pudesse controlar todas aquelas sensações que explodiam dentro de seu âmago. Porém, a intensidade deixava claro como precisava daquilo, como sentia falta de tê-la exatamente daquela mesma forma. Sempre tentou negar para si mesmo, só que tudo o que precisava, era do amor de Haein. Não sabia se agira de maneira correta, mas como acabara de dizer: o amor deles era uma loucura.
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Eram quase três e meia da manhã, o relógio continuava a girar sem parar, mas Haein não notava. O vento ficava cada vez mais forte conforme a temperatura ia caindo, mas isso também não importava. O mundo a sua volta não fazia diferença. Pessoas transitando ao redor, sons, chuva, nada era capaz de interferir àquela atmosfera intensa e cheia de surpresas. Nada era tão forte o suficiente quanto ao sentimento que Haein estava presa agora. Estar envolvida nos braços de Inho, era como sentir-se de pé com um exército de pessoas armadas e nada poderia atingi-la. E se ele era capaz de protegê-la dessa forma, porque ela não seria capaz de mostrar o que há de melhor dentro dele? ‘’Sim, vale a pena. Você não tem ideia do quanto. E eu irei te mostrar.’’ Finalizou sorrido gentilmente, feliz pelo consentimento do mais velho.
O segredo estava nos pequenos gestos. Detalhes que na maioria das vezes são emitidos de maneira mais sincera, extraídos do pontinho mais profundo coração, mas que acabam não se manifestando de acordo com a tamanha dimensão que possuem, justamente por ser apenas um detalhe. É contraditório, não? Uma proporção de ações e reações sendo carregados por algo tão pequeno. E ainda há corajosos que se recusam a perceber, deixando com que esses pequeninos detalhes passem como vento aos seus olhos. Mas tudo bem, talvez os corajosos tenham razão. São apenas detalhes, não obras de outro planeta ou algo que qualquer outra coisa ser humano já não tenha inventado. A diferença, o que muda tudo, é o sentido que eles recebem. E a grandeza dessas gestos estava no amor que Haein enxergava neles.
A suavidade do toque alheio lhe trazia um conforto do tipo que mais ninguém conseguia oferecer, só ele. Era tão inexplicável quanto ao sorriso que Oh estendia pelo rosto quando ele estava por perto. ‘’Eu também sentia a sua…’’ A respiração tornara-se lenta, a cada segundo experimentando uma sensação nova percorrer seu corpo da cabeça aos pés e tentando repassá-las conforme acariciava o rosto de Inho. Com sua testa contra a dela, era possível observar aqueles lindos olhos escuros que pareciam órbitas. Era como se houvesse galáxias dentro de seus olhos, e Haein havia caído profundamente nelas. Não foi preciso pensar duas vezes, pois entendia perfeitamente o que ele estava falando, não encontrando palavra melhor para descrever toda a situação. Poderia ser qualquer coisa, mas loucura era exatamente o que sempre esteve disposta a cometer desde que estivessem juntos fo final. Aliás, não apenas uma. Outro sorriso desabrochou-se, termos no plural eram os seus favoritos agora. Quando Inho a tocara daquela forma, acompanhado daquela sentença, era impossível permanecer-se intacta. Um arrepio atravessou sua espinha, atingindo-a como um raio, de volta com as unhas soterrando o moletom. Depois daquelas três palavrinhas, aquilo era o que sempre quisera ouvir. Mas não só ouvir, queria que ele provasse isso. Que ele se sentisse no direito de usar e abusar do que aquela sentença significava. Estava entrando em uma zona desconhecida, mas ao mesmo tempo muito perigosa. Era difícil lutar contra aqueles sentimentos quando parecia tão difícil de respirar. Conseguia ouvir seu corpo pedir, implorar, espernear exatamente o que queria, mordiscando o próprio beiço na luta de controlar o desejo.
Como esperado, Inho entregou-lhe tudo o que pedia. Logo direcionou uma mão sobre a nuca do rapaz e a entrelaçou com a outra, fazendo questão de aproximá-lo ainda mais do seu corpo. Os lábios alheios pareciam transportar oxigênio ao seu sangue, suprindo-o de todas as necessidades e suplicando por mais ao mesmo tempo. A forma como Baek fazia acontecer era tão intensa, que Haein sentia-se presa no tempo e completamente envolvida no que ele tinha o oferecer e claro, no que ela tinha a dar. Lembrou-se de quando perguntava a si mesma, tempos atrás, se haveria alguma oportunidade para aquilo se repetir, e agora só reafirmava uma certeza: não havia nada no mundo que fizesse Haein se sentir tão bem, como a forma que Inho fazia. Sem ele, Oh não sabia o que fazer, não sabia distinguir o certo e o errado. Sentia-se desamparada a todo instante, mesmo que demonstrasse o contrário. E agora, mais do que nunca, queria que ele visse o quanto ela era cega por todos aqueles erros, por ele. Loucamente cega.
Seus sentidos encontravam-se aguçados, o doce aroma do perfume masculino da jaqueta em seus ombros associava-se com o cheiro de Inho. Suas mãos firmes indicavam que não queria acabar nem tão cedo com aquilo. Mais alguns segundos e o ritmo agora era diferente, meio acelerado e cheio de provocação. Sem qualquer intervenção, moveu-se para trás, pondo-se de volta contra a parede de modo com que seus corpos não ficassem um centímetro distante sequer. Pouco a pouco ia perdendo a linha, era praticamente inevitável tendo em vista a figura a sua frente. Havia tanto tempo que não agia daquela maneira -por bobagem dela mesma, claro, que por um segundo acreditou ter desaprendido. ‘’Uh, eu machuquei você?’’ Encarou-o como uma expressão instigada no rosto, referindo-se a mordida que acabara de dar no lábio superior de Baek.ek. Em partes, a intenção era que entrassem em algum tipo de brincadeira. Em partes. Porém, sorte a sua que o mais velho não conseguia ler sua mente, pois caso contrário, tinha certeza que estaria encrencada. “Está ficando frio, melhor nós entrarmos.” Disse depositando um último beijo na bochecha direita, entrelaçando seus dedos aos dele logo em seguida. Não se preocupou com a forma que aquilo poderia soar para o outro, pois a única coisa que conseguia pensar era em mensagens motivadoras sobre quem precisava encarar o bendito salto mais uma vez.
Antes já não conseguia se controlar direito, agora mal conseguia pensar com clareza. Definitivamente, eram seus sentimentos que o comandavam. A destra foi parar em meio aos cabelos negros de Haein, enquanto a outra mão repousava sobre sua cintura. Seus movimentos não eram frios e calculados como quase todos os outros que sempre fazia. Esses eram mais calorosos, urgentes, amorosos.
Parecia ser a primeira vez que a beijava de verdade, já que Inho sempre tentava se policiar e manter tudo na base do contato físico. Se bem que nos últimos tempos, nas últimas vezes que seus lábios se tocaram, o moreno já sentia algo queimando na boca de seu estômago. Mas naquele momento, não havia nenhuma corrente o impedindo de fazer o que seu coração mandava. Sentia-se finalmente livre de todos os fantasmas que o assombravam e de todo o peso que carregara até então. Podia se entregar a ela completamente, como sempre teve medo de fazer. E ainda por cima, com ela tendo total ciência de como ele se sentia, de que aquele gesto marcava o começo de algo novo. Uma caminhada que traçariam juntos, do jeito que estavam agora.
Bem juntos, a propósito. Baek não percebeu quando Oh se colocou novamente contra a parede e não conteve um sorrisinho em meio ao beijo ao notar isso. O mais velho gostava daquela posição, uma vez que a distância existente entre eles se tornava mínima e apesar do vento frio da noite, quase podia sentir o calor da pele alheia sob suas roupas. Já começava a respirar com dificuldade, mas não dava a mínima, parecia que aquilo só tornava tudo ainda mais interessante. Afinal, pareciam que não estavam fazendo nada além de brincar. Inho acariciava a cintura de Haein e às vezes interrompia o beijo somente para trocar olhares, alguns selinhos e depois descia uma trilha de beijos demorados pelo pescoço alheio.
Mas quando voltou a colocar seus lábios sobre os dela, dessa vez teve o seu troco. Um sorriso sacana apareceu em seu rosto ao vê-la tentar bancar a inocente. Como se ela não soubesse e não se aproveitasse de todos os seus pontos fracos, só pelo prazer de vê-lo vulnerável. “Não. Mas você está sendo um pouco atrevida, não acha?” Inclinou sua cabeça levemente para o lado, agora ambas as mãos em seus quadris, como se a segurasse por aquela região. Adorava aqueles joguinhos que faziam, a forma como ela sempre tentava colocar-se no comando, mesmo sabendo que essa posição era de Inho. Mas ainda era muito cedo para pensar em tais coisas. “Com certeza. E já está bem tarde também, mas... Pra onde vamos, exatamente?” Arqueou uma sobrancelha ao olhá-la por trás, deixando-se ser puxado sem protestos.
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I love a Dom that makes me call Him Sir when I’ve been bad or He’s unhappy with me.
Only if Im a good girl and make Him happy do I get to call Him Daddy, I’ve gotta earn it, and boy oh boy does His little girl love being given a challenge to show how I can be the BESTEST good girl ….. 💕
ISO a Daddy that wakes me up to change me into my “daytime collar” before he leaves to go to work 🎀
Rape me
Rape me, my friend
Rape me
Rape me again
I'm not the only one
I'm not the only one
I'm not the only one
I'm not the only one
I’m not saying it will fix it, but let me work out my daddy issues while I ride you like the pony he never bought me 🥺🦄🎀
Me: it’s too big Daddy, it can’t all possibly fit 😭
Daddy: shhh shhh don’t worry baby girl, Daddy’s gonna make it fit and you’re gonna tell me how much you love it while I make it go all the way in….ok now, deep breath…
Making me hold eye contact while you stretch any of my holes past their breaking point is my ultimate love language 💕
Text: Pull the panties down and bend over
Me: trips over myself getting somewhere private to obey 🫠