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2 years ago

"«Disfagia» é o termo clínico para o estado de não se ser capaz de engolir, e sei que existem dois tipos de disfagia: a orofaríngea e a esofágica. Mas talvez também haja um terceiro género de disfagia, que surge quando o coração está completamente desfeito. Não consigo engolir porque sofro deste último tipo."

Holly Goldberg Sloan, "De Sete em Sete"

Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ


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2 years ago

"De Sete em Sete"

"De Sete Em Sete"

Sɪɴᴏᴘsᴇ Oғɪᴄɪᴀʟ: De Sete em Sete é uma história maravilhosa e comovente que nos toca o coração. 7 curiosidades que devemos saber acerca da Willow: 1. Ela é diferente (às vezes um pouco estranha). E é um génio. 2. Interessa-se por quase tudo o que existe no universo. Mas há alguns temas - como as plantas e as doenças - que ela gosta particularmente de explorar. 3. A Willow percebeu, demasiado cedo e da forma mais cruel, que às vezes a vida pode ser muito injusta. 4. Ela aprendeu que podemos ser nós a construir a nossa família, com pessoas que nos compreendem e apoiam de verdade, apesar das adversidades. 5. Não tem muitos amigos, mas a Willow seria capaz de dar a vida pelos que tem. 6. Ela sabe que as palavras mais bonitas e importantes, como as de gratidão ou solidariedade, são as que ficam presas na garganta quando tentamos dizê-las. 7. A Willow vai fazer-nos rir, chorar e querer abraçar aqueles que amamos. A Willow e todas as personagens do seu mundo vão permanecer no nosso coração e enchê-lo de esperança por muito, muito tempo.

Aᴜᴛᴏʀᴀ: Holly Goldberg Sloan.

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ALERTA SPOILERS!

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O Mᴇᴜ Rᴇsᴜᴍᴏ: O livro começa com Willow, a protagonista, num Fosters Freeze a comer gelado e a conversar em vietnamita com a nova amiga Mai e o irmão Quang-ha, algo que não lhe é habitual sendo que não é a sua língua materna. Junto do grupo está ainda Dell Duke, o psicólogo escolar, que se mantém calado e os observa, o que Willow assume como normal dado a sua profissão. Depois de acabarem os gelados, os miúdos dirigem-se ao carro para que Duke os leve a casa e durante a viagem Willow repara que os pais ainda não lhe devolveram os telefonemas nem responderam às mensagens, o que é estranho sendo que nunca demoram a fazê-lo. Quando o carro do psicólogo estaciona perto da sua casa, Willow percebe o porquê de os pais estarem incontactáveis. A rua está rodeada de carros-patrulha parados, e logo que Willow abre a porta do veículo, é interrogada por uma agente que fica visivelmente aliviada quando se apercebe da existência e da profissão de Dell Duke, encarregando-o do fardo pesado de dar as notícias do que se passou a Willow: os seus pais tiveram um acidente, e não sobreviveram. Willow bloqueia e o único pensamento coerente que lhe passa pela cabeça é que quer voltar atrás, o que leva a uma narração da sua vida dois meses antes. Aí, a protagonista dá-se a conhecer ao leitor: é filha única, adotada, obcecada pelo número 7 e imensamente sobredotada, o que pode explicar o seu interesse ávido por plantas e doenças e, principalmente, porque é que logo no início do ano na nova escola é levada à direção e atirada a um psicólogo comportamental por acertar todas as respostas de um teste estandardizado em tempo recorde, algo que nenhum aluno na Califórnia inteira conseguiu. A única razão que os adultos conseguem encontrar para um resulto tão excecional é o uso de cábulas, o que atribui a Willow o rótulo de miúda problemática e a leva até Dell Duke, um psicólogo altamente ineficiente com um sistema de categorização de miúdos "estranhos" muito particular. Willow não cabe em nenhuma das categorias de Duke, o que encoraja um fascínio exagerado pela rapariga genial e um aumento da regularidade das suas sessões. É através disso que a rapariga conhece e se insere anormalmente rápido nas vidas dos irmãos vietnamitas. Estabelecida a forma como Willow chegou à sua situação atual e partilhadas várias provas da sua conexão profunda com os pais que acabou de perder, voltamos ao presente onde a rapariga, que antes sabia tudo, fica sem saber o que lhe espera. Frescamente órfã e não tendo família próxima ou alguém que se possa encarregar por si, a protagonista fica numa situação ainda mais precária, pelo menos até Mai encontrar um livro que prova a devoção da Willow à amizade das duas e decidir, de forma impulsiva, mentir à polícia para não a deixar ao cuidado da proteção de menores. A partir daí Willow, tal como a árvore que inspirou o seu nome, deixa-se levar pelo vento das decisões dos outros, tentando fazer-se tão pequena e silenciosa quanto possível para que o seu efeito na vida dos outros seja apenas temporário. Acontece que Willow é especial, e à sua volta vai-se criando um efeito de dominó tão positivo e marcante que mesmo a reprimir-se, cria uma pequena comunidade que lutaria unhas e dentes pela sua felicidade. Na sua viagem Willow vai perceber que não existem permanências na vida, que tudo é temporário e que isso não serve como desculpa para não viver o agora com aqueles ao seu lado, especialmente quando uma ditadora dona de um salão, um taxista crente, um psicólogo preguiçoso, uma rapariga guerreira e um Quang-ha (porque todos sabem que não dá para definir o que ele é, ele é só o Quang-ha) deixam as suas barreiras cair por ela. E claro, Willow também vai ganhar uma nova apreciação pela perfeição do número 7, porque os 7 da vida são as coisas mais preciosas do mundo, e conseguem curar qualquer coisa.

Cʀɪᴛᴇ́ʀɪᴏs ᴅᴇ Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ:

Qᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴅᴀ Pʀᴏsᴀ: É uma prosa muito acessível, mesmo. O livro foi escrito com o objetivo de gente bastante nova o conseguir ler então o tipo de escrita é divertida e simples, mas retém a sua beleza e metáforas sentimentais que apertam o coração.

Hɪsᴛᴏ́ʀɪᴀ: A história da Willow é maravilhosa, quando a comecei a ler pensei que viesse a ser outro conto típico de uma rapariga diferente a encontrar aceitação num ambiente de gente banal, na escola provavelmente (e essas histórias são precisas, só não o tempo todo). Mas acabou por ser muito mais profunda, explorou, com o equilíbrio certo entre subtileza e firmeza, o ambiente e a situação de vários personagens, especialmente os que não tinham muito com que contar e a forma como isso os moldou, além da dor do luto e o peso que isso tem na vida de alguém. O enredo fala da força da individualidade e da empatia e de como esses dois ingredientes juntos são mais que suficientes para fazer crescer a semente de um sistema de suporte sólido, e dos milagres que esse pode fazer por todos. É inspirador ver o fim de Willow, que na verdade é só o início, e o seu abraçar do novo capítulo da sua vida onde poderá fazer a felicidade florescer tão bem como os seus girassóis.

Pᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs: A protagonista é adorável. A-d-o-r-á-v-e-l. A Willow é inteligentíssima, eloquente, e redige propostas oficiais para o banco como ninguém, mas esse lado dela é tão forte que se acabou por sobrepor ao resto da sua personalidade, tanto que, quando o desastre se abate sobre a sua vida e ela fica sem espaço mental para se focar na pesquisa das particularidades à sua volta, não consegue lidar com a situação. Retirada do seu ponto de conforto, é forçada a enfrentar uma perda emocional, que não pode ser racionalizada, o que se prova um problema porque Willow nunca se preocupou em desenvolver esse lado de si, ao ponto de não ter amigos para a ajudar a passar pela situação por ter feito pouco esforço para encontrar gente como ela. Durante a história Willow tem uma evolução real, aprendendo a arte da vulnerabilidade e a equilibrar o racional com o emocional, da sua forma especial, e a valorizar, ainda mais do que os seus livros, as pessoas que lhe estendem a mão. O seu crescimento está muito bem feito, é gradual e orgânico, e aquece o coração, especialmente a pessoas como eu que têm a tendência de se prender muito ao lado lógico das coisas e precisam de se soltar. Relativamente aos companheiros e nova família da Willow, todos recebem capítulos dedicados a si e podemos ver, em primeira mão, o salto gigante que dão, desde o passado que os moldou até aos novos desafios que a pequena génio traz. Quang-ha muda, sem dúvida, apesar de ser dificílimo explicá-lo, assim como a irmã, e a mãe, a família Nguyen em geral acaba a história num lugar mais feliz, solto, e com mais abundância, algo que antes os reprimia. Jairo, oh o Jairo, deixa para trás as inseguranças que o limitavam e cresce, muitíssimo, finalmente chegando à universidade depois de tantos anos, para estudar o que ele sempre ambicionou. Por último, Dell Duke é a personagem secundária que evolui mais, passando de um psicólogo preguiçoso, pouco ambicioso, sem sonhos e aspirações gerais, desorganizado, a viver os dias em repeat, mal cheiroso, sedentário...(pronto, agora já o estou a atacar) para alguém com um pouco mais de firmeza, uma vida estruturada, pessoas de quem ele depende e que dependem dele e que ficam realmente felizes ao vê-lo no fim do dia, e, brio no que faz. No início, Duke não conseguia tomar responsabilidade sobre nada, nem da sua própria vida, então é revelador quando nas últimas páginas do livro está disposto a responsabilizar-se sobre algo tão sério como uma criança, um ser vivo, e isso é indicador da sua evolução. Se há uma coisa que foi feita de forma exímia neste livro, são as personagens.

Rᴏᴍᴀɴᴄᴇ: À parte do envolvimento de Pattie e Jairo, que apesar de encantador só é brevemente mencionado num par de linhas, este livro não tem romance.

Iᴍᴇʀsᴀ̃ᴏ: É um livro imersivo, isso posso dizer, a história puxa o leitor e não dá espaço ao aborrecimento, o que só pode revelar os dotes da autora sendo que a maior parte do tempo, não é pura ação que move a história.

Iᴍᴘᴀᴄᴛᴏ: Vou ser honesta, tinha lido este livro há alguns anos pela última vez e quando me lembrei dele a história estava muito vaga na minha cabeça, só me lembrava de alguns pontos principais, pelo que não posso dizer que é um livro inesquecível. Mesmo assim, ao lê-lo para este post, porque eu faço sempre isso para garantir que dou aos meus seguidores o máximo de informação e pormenores sinceros (atenção, graxa), percebi porque é que ainda o tinha na minha estante. É um livro importante que põe algumas coisas em perspetiva.

Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ:⭐⭐⭐⭐+ ½

Iᴅᴀᴅᴇ Aᴄᴏɴsᴇʟʜᴀᴅᴀ: A partir dos 12 anos não haverão grandes problemas, são temas profundos mas retratos de forma simples e nunca é mencionado nada gráfico ou particularmente preocupante. Como sempre, isto é um mínimo, bons livros são bons livros para toda a gente, e este é o caso.

Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ/Oᴘɪɴɪᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: Eu tenho a tendência de escolher livros que além de me fazerem rir, fazem chorar e têm muito a ensinar, pelo que "De Sete em Sete" não escapa a isso. É o livro a ler quando precisamos daquela dosezinha de esperança extra depois de algo correr mal, RECOMENDO.

Pᴀʀᴀ ᴏʙᴛᴇʀ: De Sete em Sete, Holly Goldberg Sloan - Livro - Bertrand

Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ


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2 years ago

Biblioteca de Agosto

Biblioteca De Agosto

Como no último mês, aqui está a lista dos livros falados durante Agosto:

"A Princesinha": Livros Encaracolados — "A Princesinha" (tumblr.com)

"Cinderela Pop" (Princesas Modernas #1): Livros Encaracolados — "Cinderela Pop" (Princesas Modernas #1) (tumblr.com)

"De Sete em Sete": Livros Encaracolados — "De Sete em Sete" (tumblr.com)

"A Ilha das Quatro Estações": Livros Encaracolados — "A Ilha Das Quatro Estações" (tumblr.com)

"Uma Coisa Absolutamente Incrível" (Os Carls #1): Livros Encaracolados — "Uma Coisa Absolutamente Incrível" (Os Carls #1) (tumblr.com)

Fiquem por aqui porque temos muito mais a ler em Setembro!

Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ


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